Como vim parar aqui? Então, sempre tive vontade de sair do Brasil para trabalhar e, se desse, para morar por algum tempo. Então eis que surge a oportunidade de ir para o Timor Leste, o que inicialmente pode dar um certo medo. Afinal de conta a maioria das informações que se encontra é sobre conflitos, ocupação e massacres. Além de miséria e falta de infra-estrutura. A minha sorte é que tinha uma pessoa conhecida aqui e pude tirar várias dúvidas com ele. Mas mesmo assim batia a incerteza e o medo. Mas, depois de falar com a esposa, topei o desafio.
Entre a autorização para eu vir e eu realmente chegar aqui se passaram uns 2 meses. Meses de muita ansiedade, correria e de choradeira, principalmente as vesperas da viagem.
Ansiedade porque sempre fica aquela interrogação de: vai dar certo mesmo? Num é um sonho ou pesadelo? A documentação vai ficar ok? Vou conseguir me desligar do trabalho aqui a tempo? Vou conseguir ficar longe da esposa? E dos amigos? etc...
Correria porque 2 meses é muito pouco tempo para se desfazer dos móveis, entregar a casa ao dono, arrumar documentação (o mais trabalhoso), visitar os parentes para se despedir, etc. Isso tudo ainda no trabalho das 8:00 as 18:00. Então era correria na hora do almoço e no final de semana. Só fui ficar realmente por conta na última semana antes da viagem, quando realmente saí do emprego. E mesmo assim ainda ficaram pendências que aos poucos vão sendo resolvidas.
Choradeira porque estava vindo sozinho, então a esposa, afilhado, filho, sogra, cunhadas, mãe, irmã, pai, tios e tias, primos, avó, etc. É muita gente pra sentir saudades. A esposa nem se fala. Essa é a parte mais difícil.
Mas consegui me despedir de quase todo mundo. Ficaram poucos amigos para despedir que, por um motivo ou outro, não pudemos nos despedir, mas todos são compreensivos e entendemos que os horários e agendas não batem.
A despedida oficial foi um churrascão de picanha na casa da sogra, com muita cerveja, carne e lágrimas.
Dormir para acordar no último dia de Brasil nos próximos 6 meses. E neste último dia ainda teve correria. Comprar mais roupas (acabei que trouxe poucas) e fazer o seguro viagem, afinal infra-estrutura aqui não é tão boa. E eu tinha esquecido disso. Ainda bem que consegui fazer no último dia.
Acordar e embarcar, não sem antes mais choro e, esse agora, mais forte, mais triste (só de lembrar da aperto). Mas a vida tem que seguir e estou em busca de algo melhor, nem que seja só experiência.
No próximo post a saga da viagem, saindo do Brasil numa segunda e chegando no Timor Leste numa quinta.
Adicionado no Reader meu brother
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