quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O começo

Então, como meus amigos e parentes, quem me segue no twitter ou me tem adicionado no facebook já sabem que estou no Timor Leste, mais precisamente em sua capital Díli.

Como vim parar aqui? Então, sempre tive vontade de sair do Brasil para trabalhar e, se desse, para morar por algum tempo. Então eis que surge a oportunidade de ir para o Timor Leste, o que inicialmente pode dar um certo medo. Afinal de conta a maioria das informações que se encontra é sobre conflitos, ocupação e massacres. Além de miséria e falta de infra-estrutura. A minha sorte é que tinha uma pessoa conhecida aqui e pude tirar várias dúvidas com ele. Mas mesmo assim batia a incerteza e o medo. Mas, depois de falar com a esposa, topei o desafio.

Entre a autorização para eu vir e eu realmente chegar aqui se passaram uns 2 meses. Meses de muita ansiedade, correria e de choradeira, principalmente as vesperas da viagem.

Ansiedade porque sempre fica aquela interrogação de: vai dar certo mesmo? Num é um sonho ou pesadelo? A documentação vai ficar ok? Vou conseguir me desligar do trabalho aqui a tempo? Vou conseguir ficar longe da esposa? E dos amigos? etc...

Correria porque 2 meses é muito pouco tempo para se desfazer dos móveis, entregar a casa ao dono, arrumar documentação (o mais trabalhoso), visitar os parentes para se despedir, etc. Isso tudo ainda no trabalho das 8:00 as 18:00. Então era correria na hora do almoço e no final de semana. Só fui ficar realmente por conta na última semana antes da viagem, quando realmente saí do emprego. E mesmo assim ainda ficaram pendências que aos poucos vão sendo resolvidas.

Choradeira porque estava vindo sozinho, então a esposa, afilhado, filho, sogra, cunhadas, mãe, irmã, pai, tios e tias, primos, avó, etc. É muita gente pra sentir saudades. A esposa nem se fala. Essa é a parte mais difícil.

Mas consegui me despedir de quase todo mundo. Ficaram poucos amigos para despedir que, por um motivo ou outro, não pudemos nos despedir, mas todos são compreensivos e entendemos que os horários e agendas não batem.

A despedida oficial foi um churrascão de picanha na casa da sogra, com muita cerveja, carne e lágrimas.

Dormir para acordar no último dia de Brasil nos próximos 6 meses. E neste último dia ainda teve correria. Comprar mais roupas (acabei que trouxe poucas) e fazer o seguro viagem, afinal infra-estrutura aqui não é tão boa. E eu tinha esquecido disso. Ainda bem que consegui fazer no último dia.

Acordar e embarcar, não sem antes mais choro e, esse agora, mais forte, mais triste (só de lembrar da aperto). Mas a vida tem que seguir e estou em busca de algo melhor, nem que seja só experiência.

No próximo post a saga da viagem, saindo do Brasil numa segunda e chegando no Timor Leste numa quinta.

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