Então, estou em Díli no Timor Leste.
Saí de Goiânia para São Paulo no dia 25/06/2011 as 07:30. Cheguei em São Paulo as 09:00. Fiquei pelo aeroporto (Guarulhos) até as 18:00 quando enfim embarquei com destino a Joanesburgo - África do Sul. Como sou esperto e to indo para um país que a noite faz 28º C deixei meu agasalho (sim, tenho um e uso muito pouco, afinal sou gordo) e comprei um moletom que é mais leve, ocupa menos espaço e só usaria dentro dos aviões se algum piloto mais gordo que eu estivesse com mais calor. Legal né. #not
No resumo que a agente de viagens me passou tava o número do vôo e embaixo estava escrito: operado pela Singapore Airlines. No balcão de informações do aeroporto me informam que eles montam o atendimento no terminal 1 asa A faltando duas horas para o embarque. Duas horas antes e nada. Pergunto e falam que a qualquer momento eles aparecem. Mais uma hora nada. Aí reparo que o número do vôo da South Africa é o mesmo do meu que era operado pela Singapore Airlines. Corro para o atendimento deles do outro lado do aeroporto, terminal 2 asa F. Ninguém na fila. Faltam 30 minutos para o embarque. Sou informado que só pegarei minha mala em Singapura. Por pouco não perco o vôo. Avião lotado e com um 'cheiro' peculiar.
Pequeno que me levou. Por fora é bonitinho |
Depois de 9 horas em um vôo da South Africa (com o pior café que já tomei na vida e que cheguei a ter saudades da GOL) cheguei em Joanesburgo as 08:00 do dia 26. Puta merda, 2º C. Congelava a alma. No finger esperando o desembarque comecei a tremer. Mas assim que entramos melhorou um pouco. O aeroporto de Joanesburgo é muito grande e bem organizado. Mas os funcionários parecem não querer ajudar. Difícil achar e fazer qualquer coisa por lá. Não consegui acesso e nem quem vendesse o acesso a alguma rede wifi. Não tinham computadores disponíveis aos passageiros, ou seja, não tinha nem lan house, nem igual aos R$ 7 que paguei por um acesso de 15 minutos mais R$ 1 por folha impressa (imprimi 9 folhas) em São Paulo. Cartão para ligação? Enquanto não achei uma loja da vodafone não consegui comprar. US$ 15 por 6 minutos de conversa! Matei a saudade da patroa, me tranqüilizei um pouco mas pensei: o que que eu to fazendo aqui heim? Bateu um desepero. Mas depois de falar com a esposa dei uma acalmada.
Só tá aqui porque gostei da foto. |
Pelo menos fiquei somente 6 horas por lá, mas imagino o que a galera que foi assistir a copa passou. E como lá foi elogiado pela mídia, com certeza o Brasil vai passar vergonha na copa. Enfim. (Aqui tava no avião de Singapura para Dili e a aeromoça pediu pra desligar o note porque iríamos enfrentar uma turbulência muito forte. #medo)
(Agora já estou em Dili, quase 24 horas depois de ter chegado e não teve turbulência, ou pelo menos não o suficiente para me acordar)
De Joanesburgo fui para Singapura num vôo de 13 horas pela Singapore Airlines. Ficava olhando o monitor com o GPS do avião quase o tempo todo. Assisti Kung Fu Panda 2 e RIO (no vôo da South Africa assisti Sherlock Holmes, só). Café e comida igualmente ruim o do outro vôo (que porra de lingüiça é aquela que eles servem?).
Chego em Singapura as 06:00 no horário local. Dia 27. Primeira providência: procurar uma smoking room. Achei. Fumei. Fui ao banheiro. Falei com a namorada. Parti para a imigração. Mandam eu ir no Police Office por causa da minha bagagem de mão. Chego lá descubro que é por causa do pacote de marlboro que comprei na África do Sul no dutty free. Paguei $30 pelo pacote com 20 maços. Em Singapura pago $60 por estar entrando no país com cigarro. #mefodi
A380. Achei que era maior. Mas mesmo assim assusta. |
Toca conversar com os guardas (pelo menos eram gente boa e o inglês deles é bem fácil de entender. Aliás todos os funcionários do aeroporto de Singapura falam com pouco sotaque, diferentemente da Africa do Sul, que lá não se entende nada). Deixaram eu voltar e pegar a mala. Abre pra conferência pois tinha 6 livros e no raio-x acharam suspeito esse tanto de livro. afffff
Eu tinha que entrar no país só pra poder pegar a passagem e despachar a mala grande. Ok. Fiquei só com a mochila de roupas. Dou uma volta. Tá amanhecendo o dia. Vou ficar pouco mais de 24 horas parado em Singapura. Mas quando me lembrei do sapo que a policial me pagou por fumar (sim, ela chamou minha atenção dizendo que 'cigarettes causes heart disease'), me lembrou das leis sobre cuspir (eu não faço isso), sobre jogar chicletes ou lixo na rua e mais algumas outras coisas básicas, preferi não arriscar. Além do que o que eu queria comprar estava dentro do aeroporto e a grana tava curta. Então fiz o check-in e entrei pra área de embarque.
Que que isso? Que aeroporto é esse! Simplesmente maior que muita cidade. Gigante. São 4 terminais de passageiros. Desembarquei no 2. As lojas que queria estavam no 3. Peguei o Skytrain e fui pro3. 3 minutos e chego. Entre descer do skytrain e chegar ao outro lado do terminal onde estava a iStudio foram quase 20 minutos caminhando. Olhei. Anotei os preços e fui para a área onde tem os pc's com acesso a internet. Tudo free.
Tudo funciona perfeitamente neste aeroporto. Para se ter uma noção do tamanho: todos os funcionários que trabalham com algum tipo de deslocamento tem veículos elétricos. Quando você escutar um apito intermitente sai da frente que vem um carrinho desses. O maior deles é o que mais corre e o menor é o mais forte, ele sai puxando os carrinhos de bagagem pelo aeroporto.
Comprei as muambas e tive que comprar outra mochila só para as muambas. Vou procurar como adquirir acesso a rede wifi. Simples: vá no balcão de informações e solicita a senha. Vale pelo tempo todo que você estiver no aeroporto, de graça e muito boa. Além de ser cheio de computadores com acesso grátis. O ruim é que tem que ficar em pé. Mas depois que consegui acesso wifi ficava só no celular falando com a esposa (que ficou em Goiânia) ou no note quando estava sentado.
Como não agüentava mais ficar andando, nem em pé e minha coluna estava em frangalhos e cheio de compras (não que segurança seja um problema em Singapura mas, como brasileiro, desconfio de tudo) resolvi me dar ao luxo de dormir no transit hotel dentro do terminal 2. Até banheira tinha! Fui para a cama as 23:00 e acordei as 4:30. O vôo só sairia as 9:00. Mas queria andar, conhecer mais. Acabou que continuava com o corpo dolorido, então aproveitei pra falar bastante com a patroa. Ê saudade viu. De vez em quando descia uma lágrima.
A variedade de cultura no terminal 2 é absurda. Vê-se de tudo. Mulheres de burca. Chinesas de máscaras cirúrgicas. Homens de turbante. Indus e pasmem: chineses (acho) de bolsa feminina e sandália feminina! Nessa hora já estava quase entrando para a área de embarque. Despedi da namorada e de Singapura. Embarquei com a certeza que na volta tenho que conhecer a cidade-país.
Embarco num vôo de 4 horas para Dili pela Silkair. Tinha encontrado poucas referências sobre essa empresa, e a maioria não eram boas. Me surpreendi. Melhor comida de avião ever. Ovo cozido. Peixe frito com pimenta (muita mesmo). Frango frito (delicioso). Vargem cozida. Uns peixinhos minúsculos com gosto de camarão. Arroz! Melancia e abacaxi. Me esbaldei. Pra quem só tinha comido mcdonalds e burguer king (medo de experimentar comidas estranhas e ficar muito tempo dentro de um avião, uma ótima oportunidade para murphy atacar e me dar uma dor de barriga a 11000 metros de altitude).
Comida de gente no vôo da Silkair. |
Aqui foi a hora da turbulência. Dormi como uma pedra. Faltando uns 40 minutos para o pouso acordo e vou contemplando as ilhas. Até que vejo uma ilha-vulcão soltando uma fumaça. Fico tirando fotos até que a asa do avião a esconde. Quando volto a vê-la ela está 'explodindo', mas não era lava, era só poeira mesmo. Mas deu pra tirar algumas fotos com o zoom da câmera. Legal.
Ilha/vulcão antes.
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Não podia aterrizar sem emoção né. Então já bem baixo o avião faz uma curva que pensei: oi água, será que você está quentinha? Achei que não ia dar tempo de endireitar o avião. E tome aceleração. Passamos perto de uma montanha e o avião endireita. Aterrisa e são 15:00 do dia 28. A pista é meio curta, mas foi tranqüilo. Desço e penso: é quente sim, muito quente, mas Singapura é muito mais quente. Tipo: o nordeste brasileiro torna-se frio perto de Singapura. Calor abafado. Descubro que estamos no inverno em Dili, que este calor que faz aqui é a temperatura mais baixa do ano. Não sei se acho bom ou se choro.
Imigração. $30 doletas pelo visto de turista por 30 dias. Raio-x? Isso non ecxiste! Confiam na sua declaração (preenchida durante o vôo). Não sabia o que fazer e declarei tudo que tinha comprado em Singapura. A sorte é que quando perguntaram eu disse que era consultor da ILO, mostrei o contrato e disse que era tudo equipamento de trabalho. Beleza. Entrei em Timor Leste. Fumo um cigarro e? Adivinhem? CADÊ MINHA MALA!!! PQP viu. Toca conversar com os guardas e um deles me acompanha a uma mesa onde algumas malas esquecidas como a minha estão. Isto é a esteira rsrsrs.
Aeroporto de Díli. Aquelas casinhas com telhado pontiagudas são a área de desembarque, mas só usamos uma. |
A primeira impressão: ô povo gente boa viu. Todo mundo solícito, tenta te entender e se fazer entender. Cadê meu anfitrião? Não chegou. Então tomar uma coca e fumar de novo. Isso derretendo de calor. Uns cinco minutos depois ele chega. Estou no Timor Leste. Então senta aí que vem história.
Sim, ficou grande. Demorei 2 dias pra escrever isso aqui, mas não vou dividir o texto em vários. Ainda tem muita coisa pra escrever.
Como te disse: dá para voce escrever um livro.
ResponderExcluirE isso é porque é só o começo.
Imagine depois de seis meses: nada, nada um livro com 300 páginas...rs.
Tô gostando da história. Posta logo o terceiro capítulo.
abraços, Susley